segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Silveira ou Rodrigues? Briga inteligente

[Foto: Pirografura do artista sergipano Bosco Rolemberg que foram feitas na prisão na época da ditadura e liberadas com a anistia, tive a portunidade de contemplar suas obras em sua última exposição na galeria Álvaro Santos]
Fragmento da entrevista de Joel Silveira a Geneton Moraes Neto
Geneton: O que é que ficou da convivência com Nelson Rodrigues?
Joel: Uma vez, na redação da Última Hora, eu estava escrevendo à máquina, depressa, porque, no fundo, o que sou mesmo é um bom datilógrafo. Lá estava eu escrevendo, com os dez dedos. Nelson chega, fica em pé diante de minha mesa, em silêncio. De repente, diz: “Patético!” E vai embora. Então fui até a mesa onde ele trabalhava, fiquei uns dois ou três minutos olhando em silêncio e disse: “Dramático!”. Eu não tinha nada contra Nelson Rodrigues, mas não gosto daquela coisa escatológica que ele cultivava. Nelson Rodrigues, no fundo, era, na vida pessoal, um homem de um moralismo atroz. Não bebia, não fazia farra, não tinha amantes.
(Caros Amigos; ano IV; Nº 37, Abril -2000)
Figueiredo: Fico com os dois.

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