domingo, 15 de agosto de 2010

ÍNDIO ADORA COMER SARDINHA


“Porém, amor à pátria – entenda-se bem – mesmo profundo e ardente, não protege contra a burrice”(Aber Vaterlandliebe, - man erwäge wohl, - möge sie auch tief und glühend sein, schützt vor Dummheit nicht). Essa frase de Tobias Barreto, escrita originalmente em alemão, me fez pensar em certas questões. Ao ler o livro de Beatriz Góis Dantas – Xocó: grupo indígena de Sergipe – pude perceber quão cruel foi a colonização nessas terras do “Sertão do rio real”. Quando falamos em indígenas lembramos imediatamente em tribos amazônicas e naquela região norte. Porém, onde hoje pisamos anteriormente foi habitado por inúmeros nativos. Como tantos índios foram massacrados? Desconhecia a presença indígena e nunca vi nas rodovias do menor estado da federação placas indicando reservas destinadas aos índios. Ao ler o livro anteriormente citado e observando as fotos contidas nele, percebi que essa “tribo” tinha perdido quase todas as características que nos lembrasse indígena. O que realmente ocorreu aqui?
Reza a lenda que o primeiro bispo do Brasil, bispo Sardinha, vinha numa nau que naufragou entre Sergipe e Alagoas. Os índios que habitavam nessa região não se fizeram de rogados e, antropofágicos como eram, mataram e comeram nosso primeiro bispo católico. Que evento emblemático esse! Antropofágico! Dizem que após esse evento a caçada aos índios nessa região foi implacável. A primeira expedição para conquistar essas terras foi liderada por Luis de Brito e tinha como objetivo punir os tupinambás por abandonarem a catequese, mas os índios voltaram e foi necessário mandar outra expedição. Dessa vez Cristóvão de Barros chegou com 5000 homens – Japaratuba, Pacatuba, Siriri e outros caciques foram mortos e suas tribos chacinadas.
Que terrível! O patriotismo e o ufanismo sergipano não devem fazer com que esqueçamos essas atrocidades. Mas o fato do primeiro bispo do Brasil ser comido pelos índios me deixou feliz. Não pela morte do religioso, mas por ser cômico – como é o título dessa postagem. Preciso escrever uma música sobre isso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário