quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

FUTEBOL - I don't want to play



I don’t want to play football

É o título de uma das músicas da banda inglesa Belle and Sebastian
[1] – “eu não quero jogar futebol”. Observação: a Inglaterra é o país de origem do futebol e onde esse esporte é uma paixão nacional. Pode-se afirmar que a institucionalização do esporte como responsabilidade pública começou com os gregos na antiguidade. Os jogos olímpicos paravam a “pólis[2]” grega e atualmente consegue atrair a atenção do mundo. Dentre os esportes, o Futebol é o mais popular do planeta.
Como um esporte consegue atingir um alto nível de interferência na vida da população mundial? Como, defendendo uma bandeira de time, pode-se tirar a vida de outra pessoa? Qual a diferença entre os skinheads
[3] e os hoolingans[4]?
Talvez questões econômicas possam explicar essa massificação midiática do futebol. É interessante lembrar que há pouco tempo mal se ouvia notícias sobre os campeonatos de outros países; hoje eles são transmitidos pela TV aberta brasileira. Será porque há muitos brasileiros jogando no futebol estrangeiro?
Milionários: times e jogadores. Quem sustente a conta bancária são as entradas nos estádios e as vendas em merchandising dos times (camisas oficiais, chaveiros, etc.). é um fenômeno não só dos países subdesenvolvidos, mas também dos países mais ricos do mundo. Os milionários do petróleo do Oriente médio, também se interessam pelo futebol e investem pesado nos times. Porém, como manter o dinheiro? Óbvio, mantendo os espectadores e telespectadores devidamente amestrados. Não critico os que, depois de uma semana estressante de trabalho, queiram se divertir assistindo uma partida de futebol. Mas o fanatismo de alguns (milhares, melhor bilhões) revela a imensa domesticação ao grande sistema futebolístico. Esporte é saúde. Mas a saúde intelectual e crítica, como vão?
O louco é quem critica isso. A banda que escreve uma letra como a que vimos no início é insana. Prefere-se continuar aderindo a essa prisão invisível.
Qual seria a solução para esse problema? Bem, a maioria não vê problema nisso. Claro, não foram educados para ter a criticidade necessária para o exercício da cidadania. Talvez a filosofia ajudasse nesse aspecto.
A letra da música da banda inglesa é bem legal:

I Don't Want To Play Football
I don't want to play football
eu não quero jogar futebol
I don't understand the thrill of the game
eu não entendo a emoção do jogo
I don't want to play football
eu não quero jogar futebol
I don't understand the thrill of running, catching, throwing
eu não entendo a emoção de correr, receber a bola, lançar
Taking orders from a moron
receber ordens de um retardado
Grabbing for the sweaty crotches
agarrar pelas virilhas suadas
Getting hit by people I don't know
ser atingido por pessoas que eu não conheço
Sugar, I'd rather play a different sort of game
querida, eu preferiria jogar outro tipo de jogo
Sugar, the girls are just as good as boys at playing
querida, as garotas são tão boas jogando quanto os rapazes


[1] Banda inglesa.
[2] Cidade-estado grega.
[3] A proposta original era um retorno às origens do movimento punk paulista, aliada à uma ideologia baseada na violência e no vandalismo, no patriotismo, no anti-racismo, no anti-militarismo, contra os políticos e seus partidos, contra a polícia, contra a igreja. Com o passar do tempo, foram se desvinculando dessa proposta original e adquiriram um caráter conservador, que levou a se posicionar e promover ações contra esquerdistas, diferentes tribos urbanas (em especial àquelas ligadas ao pensamento de esquerda), drogados e homossexuais. Facções ligadas a neonazistas também agridem, em alguns casos, judeus, prostitutas, e outras minorias.

[4] Hooligans são grupos de torcedores de eventos esportivos que existem na Europa, mais precisamente: Inglaterra, Rússia, Polónia, Alemanha e Croácia e que sentem prazer em brigar, usando o futebol como o evento alvo para isso.

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