terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A CULTURA MAIA


A cultura Maia, do milho ao calendário

A cultura mais surpreendente pelas descobertas científicas, como calendário solar preciso, de 365.2422 dias, e igualmente por uma agricultura avançada que melhorou produtos e foi capaz de conservá-los graças a um inteligente sistema de armazenamento subterrâneo, para alimentar a população numerosa se suas cidades quase metrópoles, como El Mirador, que chegou a abrigar 200 mil habitantes. Hoje já é fato comprovado que a civilização maia, sem contar com instrumentos de metal ou fertilizantes, praticamente “domesticou” e melhorou o milho até torná-lo o grão que conhecemos. Embora ainda persistam controvérsias, está mais ou menos aceito que o milho já era cultivado nos campos das cidades situadas na costa do Pacífico, próximo da Guatemala, muito ates da era cristã, aí por volta de 2500 a.C. Para muitos, o milho é uma evolução do teosinto – uma erva frágil e semelhante ao trigo – que os maias modificaram ao longo do tempo, até conseguir que a espiga contivesse grãos maiores e mais agrupados.
Outro fato de suma importância é que os maias, naquela época, não conheciam os metais nem haviam ainda domesticado os animais. Portanto, não contavam com instrumentos de trabalhar a terra nem com os animais de tração. Mesmo assim, foram capazes de verdadeiras façanhas na agricultura, a exemplo do cultivo do milho em grande escala. Aproveitando a água das chuvas, que era armazenada, os maias cavaram canais e, aos poucos, segundo a necessidade, utilizavam essa água no campo, num engenhoso sistema de irrigação.
O milho é tão importante e tão intimamente ligado à civilização maia que a palavra maia significa aqueles que cultivam milho. Essa importância fica clara quando se sabe que eles faziam oferendas das espigas ao deus da agricultura Yum Kaax, que, por sua vez, é um símbolo de ressurreição. O cultivo do milho exigia técnicas semelhantes ao que se faz hoje com a cana-de-açúcar, por exemplo. Uma área era desmatada e então se fazia o plantio. Ao fim do cultivo, fazia-se a queimada. As cinzas, depositadas no solo, serviam como adubo. A terra passava dois ou mais anos em repouso para depois receber novo plantio.
Os maias também são os “inventores” do chocolate. O cacauseiro foi introduzido pelos maias na península de Yucatán (México) por volta do ano 600. Os frutos foram observados e provavelmente “pesquisados” na busca do seu melhor ou mais variado rendimento. E dessas buscas resultou uma bebida deliciosa, o xocoaltl, que, no entanto, ficou reservada à elite. Só os escolhidos por sua posição consumiam a bebida. Hoje, o chocolate, em suas mais diferentes formas e usos, é um produto que já não serve apenas ao consumo das elites. Na verdade, há muito que é um produto popular, quer dizer, a que todos têm acesso.
(Extraído de: MENEZES, Fernando. Divirta-se e aprenda 6. Recife: Editora Construir, 2009)

Um comentário: