quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

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Foi condescendente aos meus carinhos. Entregava-se como a fêmea que deseja procriar. Exigiu minha dissimulação e a felicidade invadiu meu peito. Em cinco segundos me perdi em seus cabelos e vaguei em sua nuca; senti como se estivessem fazendo o mesmo comigo. Dormi com todas essas lembranças; morri de saudades em meus sonhos. Não consigo mais escrever sem esses desejos. Quero devorar a página, lamber a tinta grudada no papel. Quero deixar meus fluidos nela. Quero que ela tenha o cheiro que sinto ao ficar excitado. Não existe nada mais terrível que seu olhar – me deixa desarmado e vulnerável aos seus caprichos. Queria falar mal e maldizer essa prisão dos sentidos. Contudo, percebo que só existe isso: uma teorização do sensorial.

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