sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Matou a família e foi ao cinema. É um título de um filme



Político. Insano. Lésbico. Báquico. São alguns adjetivos que povoaram a minha mente após assistir esse filme do Júlio Bressane. Com uma linguagem cativante, não consegui desviar a atenção das imagens projetadas na tela dos computadores. Não tinha dado muito crédito a esse filme quando me foi ofertado por Luciana parceria na cinefilia e em outra filias. Nos primeiros minutos assistidos pude perceber que se tratava de uma jóia do cinema. Não pesquisou sobre o diretor, mas quero conhecer mais de sua obra.
Pude perceber toda intenção política nas cenas, contudo a que mais me chamou atençã foi quando o verbo saber foi conjugado. Tinham perguntado sobre a política do Brasil; a resposta: Eu sei/ Tu sabes/ Ele sabe/ Nós sabemos / vós sabeis / Eles sabem. Até Dom Helder foi citado.
A trilha sonora. Ah! Que maravilha!
A relação lésbica das personagens centrais é muito curiosa. Minhas vizinhas assumiram o lesbianismo há pouco. Elas são, atualmente, o centro das fofocas da vizinhança. Olhares de reprovação são passados a elas pela forma escachada de seus comportamentos. Acredito que olhares de desejo também sejam lançados, apesar da hipocrisia.
Lembrei muito do núcleo lésbico das imediações da casa em que habito ao assistir esse filme. Os olhos da mãe – no filme –, quando vê a filha numa relação homo, se comparam aos olhos de meus vizinhos. A filha mata a mãe enquanto a parceira lixa as unhas: acho que é essa a reação das minhas vizinhas lésbicas, visto que afrontam os olhares de todos.
Relações não politicamente corretas como, por exemplo, assassinatos de pais, lesbianismo etc., fazem desse filme uma afronta aos nossos princípios consolidados pela realidade ou pelo consciente coletivo, como diria Durkheim.


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