quarta-feira, 22 de setembro de 2010

É REALMENTE UM PARENTE INSISTENTE -- O PRIMO BASÍLIO



“Tinha notado, – e a sua voz tomou o tom espaçado de uma revelação, – tinha notado que muita gente, num local, causa vertigens aos homens de estudo.” (Capítulo IV)
Desde o último comentário desse livro pude perceber o tom crítico do autor acerca da sociedade lisboeta. A citação acima chama atenção, pois o personagem que faz essa referência é Basílio. Um aventureiro como ele se acha um homem de estudo. Claro! Um pseudo-aristocrata se considera superior. Mas não poderia deixar de fazer mais uma citação desse livro em que o Brasil é mencionado:
“Não te podia levar para o Brasil. Era matar-te, meu amor! Tu imaginas lá o que aquilo é!”
Referência à música: uma enxurrada de óperas é mencionada nesse livro (Rossini, Gounald...)
A paixão tórrida entre Luísa e Basílio se tornou explícita para o leitor a partir desse capítulo, ao mesmo tempo em que aumenta o mexerico da vizinhança. A inquietação e irritação de Juliana também começam a crescer. O ódio da empregada aumentava – chegou a gritar na presença de sua amiga sobre o caso de sua patroa, mas Luisa na ouviu. Depois desse grito tem um súbito malestar.
Luísa cede aos desejos d primo e vai ao campo com ele. Quando retorna encontra Sebastião, amigo do marido, em sua cassa para lhe informar sobre os comentários da vizinhança, mas, ao perceber a enxaqueca de Luísa, ele prefere contar no dia seguinte: Luisa fica transtornada, porém agradece o alerta do amigo. Uma nova preocupação surge: se os vizinhos há estão comentado, Jorge, ao voltar, poderá ter conhecimento do adultério.
Leopoldina. Ela aparece com força na trama novamente. Visita Luisa e tem um momento de saudosismo – lembranças escolares. É nessa rememoração que algo ocorre que chamou atenção; Leopoldina afirma:
“- Nunca – exclamou – nunca, depois de mulher, senti por homem o que senti pela Joaninha! ... Pois podes crer...”
É justamente assim que começa o capítulo cinco, com uma confissão de desejos lésbicos. Não posso deixar de comentar que nessa parte do livro é feita uma referência a um dos livros preferidos por mim: Dama das Camélias, de Dumas filho. Essa referência é feita intencionalmete na parte em que Leopoldina faz um discurso contra a casa de Luísa – afirmava que parecia um convento.
Caramba esse registro das impressões desse livro me deixam cansado. Ufa!


Nenhum comentário:

Postar um comentário