quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MOTO, PLATÃO E PETER GREENWAY



“[...] Quanto melhores forem, pois assim sendo tanto mais amam a imortalidade.” (Platão, O Banquete)
I –MOTO
Será que anseio pela imortalidade? Creio não pensar nisso ainda, pois equanto jovem, a imortalidade está em potência em mim. Atualmente, estou aprendendo a pilotar motocicleta – por que não utilizei apena moto? Sou retrógrado – e já coloquei o veículo a uma velocidade que, em uma queda quebraria todos os meus ossos. Penso ser imortal (risos).
II – PLATÃO
Contudo, questões relacionadas à imortalidade povoaram a minha mente pseudo-depressiva-romantica ao assistir dois filmes do diretor Peter Greenway. Seguirei o roteiro do título e deixarei o comentário sobre esse diretor por último. Comentarei sobre Platão.
“Um dos trechos mais lidos de sua obra chamada de “Symposium”, conhecida como “ O Banquete”, é o discurso de Diotima. Não quero me prender a detalhes desse livro de Platão, mas quero re-lembrar (risos) das maneiras de se imortalizar, segundo Platão, ao inventar esse personagem interessante (Diotima).
1ª Maneira de se tornar imortal® (pelo corpo) tendo filhos. Sua matéria crpórea, suas características, sua carga genética se perpetuaria.
2ª Maneira de se tornar imortal® (pelo espírito) cria aquilo que compete a alma criar. A criação é feita pelo pensamento e virtudes. Curiosamente, Platão cita os poetas.
Nesse livro platônico um trecho chamou minha atenção: Aquiles (não lembre Brad Pitt no horrível “Tróia”) não morreu pelo seu amor homossexual por Pátroclo, mas desejou ser imortalizado pelo seu feito. A premissa platônica: O homem deseja ser imortal.
III – PETER GREENWAY
Volto a comentar sobre Peter Greenway. Assisti apenas 2 filmes desse diretor: “O livro de cabeceira”(1996) e “Ronda da noite” (Nightwatching, 2008). Ambos filmes citados tem, em meu devaneio, uma ligação com o desejo da imortalidade. A arte será a promotora da sensação imortal e a libertadora das coisas fugazes. No primeiro filme, o desejo compulsivo de uma mulher em escrever livros na pele de seus amantes leva, depois da morte de um deles, à retirada da pele e a enterrá-la embaixo de um bonsai. No segundo filme as vicissitudes de Rembrant demonstram a força de sua pintura e a necessidade de se imortalizar com sua arte.
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Continuarei a pilotar motocicleta – com menos velocidade –, não pretendo nesse momento ter filhos e quero assistir mais filmes de Peter Greenway.

3 comentários:

  1. Se eu fosse imortal, eu me suicidaria...

    ResponderExcluir
  2. Ter filhos sempre me foi um desejo íntimo, nuncadirigi veículos motorizados e peter Greenaway foi meu diretor preferido de adolescência. Vi o tal do RONDA DA NOITE com Jadson, recentemente. Não funcionou de imediato, mas, quando pegou, ah, como pegou!

    WPC>

    ResponderExcluir
  3. Não testaria a imortalidade nesse momento, nem me arriscaria em altas velocidades,pois que na carne ainda tenho prazeres a ser sentidos. Não tiraria a prova dos nove para testar o imortal.

    ResponderExcluir