segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Motivos



Nesse processo de chatice que enfrento – enjôo comigo e com o mundo – percebo que a solução está, talvez, na poesia-arte-filosofia. Percebo, também, que a solução está na alteridade, leia-se outra pessoa, visto ser muito bom conversar, amar e etc. Meus momentos de misantropia urbana, embora necessários, revelam quanto preciso dessa alteridade. Bastou um toque para que esse momento de solidão voluntária se dissipasse, bastou um olhar para perceber que também preciso de interação.
ACREDITO TER ESCRITO TAIS PALAVRAS DEPOIS DE LER ESSE POEMA :
MOTIVO
(Cecília Meireles)
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

CREIO NÃO PRECISAR DIZER MAIS NADA

Um comentário: