sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mim mesmo


Odeio estar assim. Eu, senhor de mim mesmo!
Os sentidos me dominam, pareço não me controlar.
Queria poder amar como todos amam.
Sinto-me estrangeiro em terra de todos.
Amo quem não posso amar, escrevo o que não devo escrever,
por isso canto para escapar.
Mas essa saída me trai, me joga contra a parede e me
deixa mais exposto.
Quero cantar, cantar para ti. Hoje amo a mim mesmo para
não amar quem vai a esmo. Já não interessa o luar. Canto
para quem não devo amar, canto para mim mesmo. Prefiro
o sol …
O cantar me entrega.
Por isso entrego o meu cantar a quem não devo amar.
Despojo-me no teu amor como um livro em uma biblioteca
e tento enganar.
É o que faz o cantar.
Faz com que não se saiba quem eu ão devo amar, e faz
com quem eu devo amar saber que eu amo a mim mesmo.
02.01.2007
Figueiredo Neto

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