domingo, 27 de março de 2011

MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES... ESTOU FICANDO VELHO


Saí finalmente de meu jejum que já fazia duas semanas: não escrevia para o blog e ao estava lendo nenhuma obra literária nem filosófica. Justifico: estava estudando para uma seleção de emprego – o pior é que ela foi adiada para semana que vem. Peguei um livro emprestado com Luciana (www.reunindopalavras.blogspot.com); o primeiro que leio de Gabriel Garcia Marquez: Memórias de minhas putas tristes. No começo dessa obra lembrei imediatamente de BERGMAN, que fez alguns meus filmes prediletos. A lembrança foi de Morangos silvestres, no qual trata da velhice. A conexão entre os dois - livro e filme – está nessa citação: “ a moral é uma questão de tempo”. Apesar do filme em questão ser lindo, o livro é depressivo. Estou me arriscando ao ler essa obra do premio Nobel de literatura, pois só aumenta meu desejo de eremita urbano. O personagem do livro é extremamente solitário e para ter companhia preferia pagar às prostitutas. No aniversário de noventa anos ele quer uma excentricidade: uma jovem virgem para tirar o cabaço dela. Bom se Jorge Amado pode utilizar a palavra cabaço eu também posso. Não quero me comparar ao fantástico escritor baiano, mas, como o personagem, estou ficando sem moralismos ridículos de uma sociedade cheia de máscaras. Ontem alguém prestou atenção em minha cabeça e percebeu cabelos brancos que despontam nela; bem no dia que comecei a ler o livro. Coincidência?

terça-feira, 15 de março de 2011

PENSO EM FAZER UMA MÚSICA DISSO

PIRATA AMADOR


Sempre amei o mar de sus olhos e
atravessar suas ondas e ver sua majestade.
Quantoa amores já teriam afogado em suas águas?


Amador penso que sou.
Um pirata em automar.
Domar um coração selvagem
sem correr riscos em me afogar.


Odor salgado que experimento
vem da amplitude do encontro com o céu.
Quantas miragens foram vistas nesse junção com o mar?

segunda-feira, 14 de março de 2011

NUNCA MAIS TINHA CITADO MEU CONTERRÂNEO

É opinião minha, não sei se justa, que o comentarista político está para o repórter assim como o crítico literário está para o escritor. Há qualquer coisa de eunuco no primeiro e no terceiro.
(JOEL SILVEIRA, Você nunca será um deles)

sexta-feira, 11 de março de 2011

ANDROPAUSA PRECOCE

Não sei se estou ficando velho, mas de uns tempos para cá estou sentindo calor demais. Longe da andropausa estou suando muito. Tive que comprar um ventilador para poder dormir. Creio já ter comentado em postagem anterior uma imagem que me surpreendeu: havia apenas 2 metros de distância entre o calçadão de Copacabana e o mar e uma das marés cheias do ano passado. O aquecimento global é real!
Li em uma das revistas sobre história que uma das hipóteses do desaparecimento da civilização que ergueu enormes estátuas na ilha de Páscoa foi um desequilíbrio ambiental causado por esse povo. Será que é esse o destino de toda humanidade? Outra questão: se somos parte da natureza, como o resto dos animais, a natureza seria suicida? Não vejo nenhum tucano emitindo gazes poluentes na atmosfera. Não observo nenhum tigre de bengala fazendo queimadas. O ser humano, que se diz também animal e parte da natureza, é capaz de fazer isso e mito mais. Então, a natureza seria suicida ao produzir um ser com essa potencialidade autodestrutiva. A não ser que o ser humano derive de outra realidade cósmica, como vi em um filme: “Missão Marte”.
E pensar que nos preocupamos com coisas tão insignificantes e bobas. Pensar que guerras são decretadas com o intuito de manter o processo de extinção global acelerado me deixa triste. Que reuniões de líderes mundiais servem para turismo diplomático, isso todo mundo devia saber.
Estou com vontade de me tornar ermitão e aproveitar os últimos momentos de unidade com a natureza, visto que a dicotomia moderna (sujeito/objeto) me fez senhor dela. Desde a revolução industrial estamos poluindo o planeta. Quinhentos anos de poluição e estamos sentindo as conseqüências agora. Estou completamente suado a escrever tais palavras.

quinta-feira, 10 de março de 2011

POR QUE GOSTO DE PINTURA



Estou na fase inicial de meu novo quadro. Nunca fiz curso de pintura e nem de desenho, mas gosto de me aventurar em uma tela em branco. Estive pensando nos artistas/ ou escolas que estão me influenciando. Como sou petulante! Será que Monet sabia que suas telas eram impressionistas? Será que Louis David se intitulou neoclássico? Geralmente as definições de escolas artísticas e literárias são nomeadas após a consolidação dessa nova técnica ou estilo. Portanto, não sei em que escola estou metido, mas tenho consciência de meus mestres. Fui motivado a adentrar nesse mundo em 2009, ao ouvir uma história cabulosa sobre um quadro que herdei de meu avô.
O quadro em questão foi pintado no final da década de cinqüenta. A história é a seguinte: meu avô estava sentado na porta de casa, no bairro 18 do forte – em minha imaginação ele estava com uma boina (tipo Chico Xavier) e óculos escuros –, numa posição imponente e arrogante, quando um caminhão de mudança derrubou esse quadro que estava assinado por A. Figueiredo. Será que o (A) da assinatura do quadro é, na verdade, uma preposição indicando que deva pertencer a meu avô? O quadro tem influência do cubismo e surrealismo. As figuras pintadas (A sagrada família) são como fantasmas.
Após a morte de meu avô fiquei com o quadro e o coloquei em uma moldura. Sempre fui bom em desenhar e estou em meu oitavo quadro. Na minha próxima tela irei adentrar na figura humana. Em postagens anteriores, principalmente do ano passado, tem imagens de meus quadros já registrados. Até isso tenho que registrar!

quarta-feira, 9 de março de 2011

17 anos de morte do "Velho safado"(BUKOWSKI)



Caramba! Como gosto desse autor; talvez não o quisesse conhecê-lo pessoalmente, mas tenho profunda admiração por ele. Ele me ensinou a crer em sonhos, mas sabendo que eles são cruéis; que vale a pena estar no mundo, mas ter consciência que ele é rude. Suas histórias autobiográficas revelam o que o ser humano na cidade tem que ser. Vale à pena citá-lo no aniversário de sua morte – 17 anos de morte desse velho safado:
“Escrever? Que diabo significa isso? Alguém está com medo ou com raiva do que escrevo. Olho bem, e claro que tem uma máquina de escrever por perto. Posso ter uma espécie de escritor, mas lá fora existe outro mundo, feito de manobras imposturas, grupos e macetes.”

terça-feira, 8 de março de 2011

SONHO OU PESADELO?



Realmente estou com dúvidas se a atividade cerebral que me fez acordar esta manhã foi um sonho ou pesadelo. Sei que sonho muito à noite, mas na maioria dos casos não me recordo com exatidão. Hoje ocorreu o oposto.
Cheguei cansado do bloco de carnaval (Rasgadinho) – o primeiro da minha vida, pois não gosto dessa festividade – e assisti a um filme bobo com meu irmão, logo depois fui dormir. Acordei na madrugada com fome: servi-me de um pedaço de pão e voltei à cama. Sem mais delongas; o sonho foi o seguinte: caminhava por uma rua familiar e entrei e um lugar reservado para retiros – creio ter sonhado por ver uma reportagem que informava ter pessoas que trocavam a “muvuca” do carnaval por retiros espirituais. Entrei nesse local que também me parecia familiar. Carregava uma sacola que guardava minhas roupas e “não via a hora” de deixá-la em algum lugar. Uma freira simpática veio me receber e informou que poderia me instalar em qualquer sala, pois serviam de quartos. É nessa parte do sonho que comecei a ficar agoniado: todos os locais que procurava para me acomodar estavam superlotados e a pretensa paz que esses retiros oferecem estava se transformando em um pandemônio. Muito barulho, gente correndo por todos os lados, bebês chorando – parecia uma estação de metrô de uma grande metrópole. E o pior: todos me ignoravam. Saí daquele recinto angustiante e nem olhei para trás. Quando cheguei à porta de casa um gordo (não é uma ofensa) que não suporto trocar uma mísera palavra, portava uma câmera potente e começou a tirar fotos como um paparazzi. Acordei e fiquei sem saber se foi um mero sonho ou pesadelo.
Quando tenho pesadelos meu coração dispara e acordo sem ar. Parece cena de novela, mas é assim comigo. Dessa vez fiquei apenas atônito.

sábado, 5 de março de 2011

FUGAZ - (EXPRIME BEM MEU DIA)

Fugaz
O que dói
no amor
não é a insensatez
nem o êxtase
mas a justa consciência
do fugaz
(Núbia Marques, escritora sergipana)

quarta-feira, 2 de março de 2011

LIVRO DA SEMANA QUE REMETE AO ANO PASSADO



Meu gosto literário deve e foi melhorado com os anos. Devo a essa melhora a um convívio acadêmico bom e a minha atitude suicida de querer cada vê mais estar isolado. Gosto de prosa e poesia. Ano passado tive a oportunidade de ler “Uma temporada no inferno”, de Rimbaud. Apesar de achar extremamente difícil, a estrutura simbólica construída me impressionou. Atualmente estou na segunda parte do livro “A hora dos assassinos”; subtítulo: “um estudo sobre Rimbaud”. O caráter erótico nos textos de Miller foi um dos fatos que o deixou famoso e odiado. Espero que até o final do livro ele possa identificar o simbolismo erótico mundano de Rimbaud.
Vale à pena citar MILLER:
“O caminho do céu passa pelo inferno, não passa? Para merecer a salvação é preciso estar inoculado com o vírus do pecado. E ter saboreado todos, os capitais como os veniais. Tem que se chegar à morte com todo apetite, sem recusar nenhum veneno, sem rejeitar nenhuma experiência, por mais degradante ou sórdida que seja.” a FOTO dessa postagem é do jardim de minha casa: a flor exposta só aparece uma vez por ano no mês de janeiro - essa apareceu em fevereiro e murchou no mesmo dia.

terça-feira, 1 de março de 2011

BRUNA SURFISTINHA + ALCOOL = POSTAGEM ATRASADA


AS PALAVRAS SEGUINTES FORAM ESCRITAS ONTEM, MAS SÓ TIVE A OPORTUNIDADE DE POSTAR HOJE:
“Estou escrevendo em um terminal de ônibus. Espero uma amiga para irmos juntos “Bruna Surfistinha”. Essa produção nacional já foi assistida por meio milhão de pessoas na estréia – uma marca interessante para o mercado interno do cinema. O que chamou minha atenção nesse filme para me deslocar ao shopping? (Em Aracaju só tem cinema em shoppings, deve ser uma tendência nacional.) Talvez a febre surfistinha do erotismo nacional? Gostaria de ter lido o livro que deu origem ao filme, mas ainda não tive a oportunidade. Minha amiga está chegando... quando voltar escreverei a impressão que tive do filme [...] parque da sementeira [...] álcool [...] sexo verbal[...]
Cheguei a casa com a mente perturbada pelo álcool, mas me dispus a continuar a escrever. A impressão do filme citado foi boa. Não esperava, mas superou minhas expectativas. Sem muito moralismo, gostei da determinação da personagem, traçava metas e planos para alcançar seus objetivos. Não percebi nenhuma apologia à prostituição e em uma condenação àquelas que o fazem. Curti muito a música de Radio Head no final. Mudando de assunto: assim que largar esse caderno de anotações que escrevo irei ler minha nova aquisição – Henry Miller, A hora dos assassinos (Um estudo sobre Rimbaud). Estou super empolgado, pois finalmente irei ler algo do macho de Anaïs Nin