quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ana Carolina em verso

Somente ouça.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Quatro vezes três versos

Foto: Planetário de Aracaju
Quatro vezes três versos
Não sei o que sou.
Sou que o sei, não.
São, faço de tudo e vou.
Vou, e tudo faço são.

De novo nasci, cresci e morrerei;
Morrerei e cresci – nasci de novo.
Calejoso, meu culhão cerrarei;
Cerrarei – culhão meu – calejoso?

Canto ao amor para sempre;
Sempre para o amor canto.
Pranto é algo que sempre ocorre;
Ocorre sempre que algo é pranto.
(Figueiredo, Maio de 2010)

sábado, 22 de maio de 2010

Cântico dos Cânticos, um dos livros da bíblia... Pasmem!


Macieira entre as árvores do bosque,
É meu amado entre os jovens;
À sombra dele eu quis sentar, com seu doce fruto na boca.
Ele levou à adega e contra mim
Desfralda sua bandeira de amor.
(Cap. 2, 3-4)

Meu amado põe a mão
pela fenda da porta:
as entranhas me estremecem.
Ponho-me de pé
Para abrir ao meu amado:
Minhas mãos gotejam mirra,
meus dedos são mirra escorrendo
na maçaneta da fechadura.
(Cap. 5, 4-5)

Você tem o talhe da palmeira,
E seus seios são os cachos.
E eu pensei: “Vou subir à palmeira
para colher seus frutos!”
sim , seus seios são cachos de uva,
e o sopro de suas narinas perfuma
como o aroma das maçãs.
Sua boca é um vinho delicioso
Que se derrama na minha,
Molhando-me lábios e dentes.
( Cap. 7, 8-10)

sábado, 15 de maio de 2010

A interpretação de uma música

Veja se você interpretou essa musica dessa forma.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cícero - Da velhice



Na esteira de comentários acerca de filósofos romanos – já foi tratado sobre Sêneca no texto “Considerações sobre o tempo – me cerco agora de um texto belíssimo de Cicero: “Da velhice”. O autor e orador romano vai escrever sua obra a partir de 4 censuras que os antigos dirigiam à velhice, ou seja, a antiguidade dizia que a velhice é ruim por, a saber:
1ª) A velhice nos afasta dos negócios;
2ª) A idade tira-nos as forças;
3ª) Priva-nos dos prazeres;
4ª) Aproxima-nos da morte.
Não vou ater nos exemplos que Cícero usou, mas, usando o princípio da atemporalidade dos textos filosóficos, usarei de anacronismos, ou seja, exemplos da atualidade. Contudo, farei modestamente da mesma forma de Cícero: darei exemplos (atuais) para refutar essas censuras.
Refutação a primeira censura: “se os velhos não mais se ocupam dos negócios que dizem respeito aos jovens, é porque têm encargos mais graves a dirigir”. Vale a pena lembrar de Oscar Niemeyer que, com mais de 100 anos, executa seu trabalho de forma honorária, ou seja, tudo que faz hoje é só para coroar o seu trabalho quando jovem. A velhice não é um empecilho para a continuidade do conhecimento. “Sófocles compôs tragédias na mais alta velhice”.
Refutação a segunda censura: só um tolo preferiria ser Michael Felps (recordista olímpico de natação) do que Vátimo (Filósofo italiano que parece estar vivo). A força que o idoso deve ter é mais nobre que nadar 100 metros rasos sem um fôlego só. Por não ter exatamente a potência física o idoso deve concentrar suas “forças” em objetivos mais condizentes com sua idade.
Refutação a terceira censura: o autor romano parte de uma máxima – “não há prazer que ultrapasse o prazer do espírito”. Segundo Cícero, o idoso é privilegiado por, naturalmente, não ter pulsão pelo prazer dos sentidos que ofuscam o brilho da razão. Leiam: “as paixões que ele incendia precipitam-se cegamente, sem freio, em busca do objeto dos seus desejos”. Os prazeres corporais são buscados incessantemente pelos jovens – que bom! Não creio ser um privilégio; observo os velhinhos dizerem, com um amargo saudosismo, “quando eu era jovem”, “há se eu tivesse meus 20 anos”.
Nesse intervalo até chegarmos a ultima censura feito à velhice, o autor observa que os idosos carregam a imagem de serem irascíveis e difíceis, porém Cícero diz que isso não é defeito da velhice, mas dos costumes.
A última censura, a mais difícil e a mais temida; propositalmente deixada por último: a velhice aproxima-nos da morte. Leiam o texto de Cícero para saber como ele refuta essa censura – claro, se a proximidade da morte lhe perturba.